segunda-feira, 28 de março de 2016

Juventude rural demanda políticas especializadas de Ater para reduzir êxodo

Nesta segunda-feira (28/03), começou a Conferência Nacional Temática de Assistência Técnica e Extensão Rural para Juventude, que acontece até amanhã, em Brasília. O evento reúne 150 jovens de todo o Brasil com o objetivo de propor políticas de Ater específicas ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
A etapa temática faz parte da mobilização para a 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ª Cnater), um evento do MDA organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). 30 propostas construídas coletivamente pelos jovens serão encaminhadas à etapa nacional. Por fim, um documento deve nortear as políticas do MDA pelos próximos anos.
Por conta da falta de oportunidade no meio rural, muitas vezes os jovens migram para os grandes centros urbanos em busca de estudo e trabalho. Luiza Dulci, assessora de juventude do MDA, acredita que a “Ater é também um mercado de trabalho possível para jovens que estão se formando nas escolas agrícolas pelo Brasil”, por isso é necessário cada vez mais investimento na área.
Diante das demandas discutidas, destacaram-se também a necessidade de uma formação continuada para técnicos de Ater, com metodologias que dialoguem com os jovens. “A Ater é central para emancipação e autonomia da juventude rural na inclusão produtiva. Já houve um conjunto de avanços, mas ainda há muitos desafios”, afirmou Germano Barros, membro da organização Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta).
De acordo com Carla Ferreira, do Instituto de Colonização de Reforma Agrária (Incra), 2 milhões de jovens estão envolvidos no processo de reforma agrária para as 368.341 famílias assentadas. Uma tentativa de gerar oportunidade aos jovens são as chamadas públicas de Ater. “Nossos critérios de seleção exigem que os técnicos de Ater venham do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), fazendo com que mais jovens participem”, disse.
Desafios
A jovem Valéria Porto, 28, pertence ao quilombo Pau D’arco e Parateca, no Território Velho Chico (BA). Ela afirma que o êxodo rural de jovens é uma questão preocupante para os povos do Campo, Águas e Florestas. “O jovem precisa ficar no rural para desenvolvê-lo. Pra isso a gente também precisa de chamadas públicas menos burocráticas, de acesso mais simples às políticas”, frisou.
Perspectivas
Apesar do contexto político delicado e dos cortes orçamentários, há um grande esforço do movimento rural de juventude e do MDA para que as demandas sejam atendidas. Em 2012 e 2015, o MDA lançou chamadas públicas de Ater para a Juventude. Outro avanço é que pela primeira vez a juventude rural teve visibilidade nas metas do Plano Plurianual (PPA 2016-2019), com meta de 80 mil jovens atendidos em políticas de Ater, sendo, portanto, uma ação estratégica do MDA nos próximos 4 anos.
Texto: Condraf.
Foto: Rony Sousa/AscomMDA
Fonte: CNATER

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